sábado, 11 de setembro de 2010

Matemática - meu histórico com ela.

Matemática é a matéria mais volátil do currículo escolar. Ao mesmo tempo que muitos a adoram (meu caso, até a sétima série), muitos outros a detestam. Hoje, entendo ambos os lados, por já ter feito parte dos dois. Durante os quatro anos iniciais, adorava matemática e odiava português com todas as minhas forças. Na quinta-série, tive uma professora maravilhosa dessa parte, que me fez gostar mais ainda (professora Karina). Na sexta, ela saiu e tive aulas com um outro professor, que já não me agradava tanto, embora dominasse a matéria. A sétima série... não, essa série merece um parágrafo especial, assim como a quinta, que vou retomar:

A quinta série é, de acordo com o Professor Décio, a série onde todos são matemáticos brilhantes, e deixam seus cadernos abertos sobre a mesa da cozinha, esperando os tios olharem e elogiarem, dizendo frases do tipo “nossa... o menino dá pra coisa!”. Todos gostam da matemática ensinada lá... o início das regras de potenciação, sempre simples (se bem explicadas, claro). O Décio diz ainda que nessa série deveria ser introduzido o conceito de Logaritmo, para que houvesse menos traumas no primeiro ano do Médio. Devo concordar com ele. O logaritmo poderia ser apresentado sim na quinta série. Porém, com alguns professores que temos no mercado, creio que isso só anteciparia o trauma.

A sétima série é a série danosa. Os grandes matemáticos da quinta série, em geral, viram humanóides (como eu). Os fantasmas dos produtos notáveis começam a atormentar a vida de todos, que decoram, muitas vezes sem entender, canções fúnebres do tipo “o quadrado da soma é igual ao quadrado do primeiro termo, mais duas vezes o primeiro pelo segundo, mais o quadrado do segundo”. Então, foi nessa série que me traumatizei em relação à matemática. Para ajudar, eu tinha aulas de matemática com uma estagiária de biologia (não me pergunte a lógica disso, pois nunca entendi.). A matemática tornou-se uma pedra no meio do caminho, e o poema de Drummond passou a fazer sentido.

Depois, na oitava série, aprendi a equação do segundo grau. Essa equação, brilhantemente explicada pela professora Fernanda, foi apelidada carinhosamente pelo (pra variar) professor Décio de Gisele Bundchen da Matemática. É uma das (senão A) ferramentas mais úteis da matemática. Então, nessa série, já gostava mais de matemática, mas os danos causados pela sétima série foram irreversíveis. Jamais voltei a pensar em cursar matemática. Também na oitava série, aprendi trigonometria no triângulo, com a Professora Érica, de Desenho Geométrico. É uma pena que eu não tenha aproveitado as aulas dela como poderia... mas na oitava série, estávamos mais preocupados com a formatura que com as aulas.

Voltando à matemática, o primeiro ano do Médio foi extremamente difícil pra mim. Eu estava acostumado com salas de aula pequenas (10 alunos) e fui para uma escola com 30 alunos numa sala. Então, me desesperei, e ficava com vergonha de perguntar durante as aulas. Novamente, o que me apavorava era a revisão de produtos notáveis e radiciação que o professor estava fazendo. O Professor Ilídio era extremamente bem-humorado, o que me assustava mais ainda. Eu estava acostumado com professores que seguiam uma postura de colégio, e ele adotava algo entre a postura de colégio e a de cursinho, até porque estávamos em um colégio católico. Mas, após entender a matéria, comecei a gostar das aulas dele. Foi com ele que aprendi Logaritmos sem me traumatizar, utilizando o método de brincar de médico: “enfia o dedo na base e empurra até o outro lado levantar”.

No segundo ano, ainda com o Ilídio, aprendi matérias que me traumatizaram por serem chatas, como Progressão Aritmética e Progressão Geométrica, e outras por serem quase impossíveis, como Análise Combinatória (que não faz NENHUM sentido até hoje para mim...) Nesse ano aprendi uma matéria que me ajudou MUITO no primeiro semestre do terceiro ano: trigonometria no círculo. Além de aprender a matéria, me diverti muito com as tentativas frustradas do Ilídio de desenhar um círculo perfeito na lousa.

No terceiro ano, mudei novamente de escola, e tinha agora dois professores de matemática: Paulo Cury (que sugeriu que eu escrevesse textos sobre pérolas da escola) e Celso. O Paulo Cury me ensinou até o mês de maio a parte de álgebra I e geometria, e o Celso ficava com o terceiro setor, que abordava temas avulsos de álgebra (entre eles a temida Análise Combinatória, que continuou sem fazer sentido) e trigonometria (que eu já havia aprendido bem com o Ilídio. Então, eu só tinha um motivo para me desesperar: Geometria. A partir de maio, troquei de classe, e a parte de Álgebra I passou a ser lecionada pelo Décio. O Décio é um professor diferente de todos que já tive, por ser ao mesmo tempo filósofo e coreano (quem gosta de exatas), de acordo com a definição dele mesmo. Então as aulas deles eram divididas em atos, assim como as peças de teatro que tanto gosto de ler... isso me ajudou bastante. Para o Cury ficou a quase impossível tarefa de me fazer entender geometria. O engraçado é que enquanto ele ensinava geometria plana, eu não entendi a matéria. Na última aula do tema, entendi tudo o que ele havia explicado antes, e saí da sala muito animado. Então, começou a ensinar geometria espacial (não entendia nada também). Na última aula, uma luz piscou na minha cabeça e tudo o que ele falou até ali começou a fazer sentido. Ele conseguiu milagres nesse ano! Já o Celso, infelizmente não aproveitei as aulas dele... eu ficava em transe, querendo dormir, pois já havia aprendido TUDO que ele ensinava. Então, infelizmente, era broxante continuar assistindo àquelas aulas.

3 comentários:

  1. Logaritimos e os métodos delicados de ensino de Ilídio Roberto...

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  2. "A matemática tornou-se uma pedra no meio do caminho" e para mim, a cada dia continua ali no caminho. Jajá irá se transformar numa bola de neve, e isso é péssimo.
    Sinto falta do Ilídio, fora um ótimo professor, eu aprendia brincando com ele. Mas mesmo com o jeitão dele bem-humorado eu não sei até hoje pra que serve PA e PG... e muitas outras coisas também que eu nem me recordo que aprendi!
    Matemática pra mim é um grande problema. Mas isso vem desde o Equilíbio mesmo, creio que fora uma matéria chata, ou então algum professor que me traumatizou. Não me recordo de nada. Matemática?! Só sei somar.

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