segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Física: nossa delicada relação.

Física é uma matéria bem estável no currículo escolar, embora muitas pessoas não consigam diferencia-la da química. Há uma cantiga fantasmagórica padrão para explicar essa diferença: “A química estuda a composição do corpo enquanto a física estuda o relacionamento do corpo com o mundo”. Ou seja, a física é uma psicóloga.
Eu sonhava com uma aula de física. Achava que o mundo iria se abrir para mim, que eu conheceria segredos nunca antes revelados... esperava que o professor fosse um Einstein. Assim foi até a sétima série. Após a minha frustração com a matemática, nada mais me animava na escola. Então, na oitava série tive minhas primeiras aulas de Física. Isso merece um outro parágrafo.
Então, tive as minhas primeiras aulas de física, com o Professor Anderson. Ele era um excelente professor... acima da média na escola onde estudava. Porém, era muito irritadiço, e qualquer coisa o tirava do sério. Eu nunca tive problemas com isso, pois tinha que guardar meus esforços para combater a direção daquela escola. As aulas dele eram tranqüilas, e sempre me lembram um dia chuvoso (sempre gostei de estudar com chuva). Ele ensinou conceitos básicos da física para nós. Mas o mais engraçado, de todas as aulas dele, foi uma invasão de baratas que houve na minha classe.
Essa invasão ocorreu assim: havia uma porta desativada na sala. Ela estava toda podre, mas a diretora não mandava tira-la. Um tia, vimos duas anteninhas saindo do batente. Chutamos e um bando de baratas invadiu a sala... cerca de vinte baratas. Estávamos no meio da aula. Começamos a matar as que conseguíamos, mas não tinha como vencer todas. O Anderson, tranquilamente, nos mandou ir ao pátio (quintal, já que a escola era uma casa) e continuou a aula lá, como se nada tivesse acontecido. Isso sim é postura...
Depois, fui para outra escola e tive aulas de física com um dos melhores professores que já tive na minha vida: João Bosco. Ele era cinquentão, muito sério, mas quando resolvia fazer alguma piada (sempre muito inteligente e discreta) ninguém aguentava. Enfim, ele ensinou muitos assuntos, e eu entendi quase todos. As exceções foram Movimento Circular e Eletrodinâmica. Também tive aulas com ele durante o segundo ano do Médio, quando o colégio fechou. Nesse ano, formou-se um grande grupo de funcionários contra a coordenação. Nem preciso dizer que eu me aliei a eles. Mas, o assunto é física.
No terceiro ano, passei a ter aulas com dois professores: Bisquolo e Garcia. Enquanto estava na primeira turma, o Bisquolo me ensinava a parte de elétrica (nunca entendi) e mecânica (tranquila), e o Garcia a parte de ótica e ondas (teoria fácil e exercícios impossíveis). Depois, na outra turma, o Garcia também ensinava elétrica. Um pouco sobre essas duas figuras:
O Bisquolo é um roqueiro, que tinha quatro gatos (dois morreram), usava camisa pólo e era dominado pela Valéria (professora de história do Brasil... muito legal!). Enfim, eu costumo chamá-lo de traidor do movimento. Já o Garcia, tem seus cinquenta anos, e diz ser um semi-deus, loiro (ou quase isso), 1,80 m (ou quase isso), de olhos azuis (dependendo de como bater a luz (??) ). Vive fazendo gracinhas com as meninas do cursinho. Sempre tem uma piada relacionando sexo, sedução ou afins.
Enfim, Física! Não consegui entender novamente elétrica, independente do que fosse... essa matéria foi feita para me irritar em primeiro lugar, e depois para ajudar o mundo. O Bisquolo tentou, mas não conseguiu me fazer entender a parte de Energias nem movimento circular.

Um comentário:

  1. "Mas o mais engraçado, de todas as aulas dele, foi uma invasão de baratas que houve na minha classe."
    Não pôde deixar de escapar a parte da invasão das baratas! UAHUAHA Lembro deste dia como se fosse ontem. Todos no pátio (quintal, como você mesmo mencionou kk) cantando uma paródia do Tropa de Elite, só que relacionada ao Tropa contra baratas, algo assim.
    Boas lembranças, e engraçadas também, eu tenho daquela escola. Mas sobre estudo, bom... Fora ali que eu aprendi o quão duro é ter que ser autodidata.

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