terça-feira, 14 de setembro de 2010

Parquinho... época legal.

Hoje resolvi fazer diferente, e contar algumas pérolas que aconteceram durante esses anos que frequentei várias escolas. Na realidade, não são só pérolas, são casos que, interessantes ou não, me marcaram.
Durante a pré-escola, lembro-me de algumas pequenas histórias, mas minha memória não ajuda muito. Uma menina, a Gabriela (perdi o contato com ela... lembro que a chamava de Gabriela-que-conta-mentira), era mestre em nos deixar desesperados. Ela era dois anos mais velha, e era algo similar a um oráculo no parquinho. Lembro que uma vez eu toquei numa planta, e ela veio correndo para mim, dizendo que eu morreria por causa daquilo. Eu ia parar de respirar, e morrer com galhos de árvore saindo da minha boca (WTF?). O pior é que eu acreditei, e fiquei desesperado. Passei toda a tarde (uma eternidade) preocupado, sentindo faltas de ar (êêê Psicológico...) e pensando que morreria. Em casa, contei para os meus pais, e eles me explicaram que era mentira.
Além dessa menina, havia o Pedro Henrique, que era o valentão do parquinho. Todos tínhamos medo dele. Além de ser pseudo-forte (na verdade, ele não tinha medo de apanhar), era filho da dona da escola. No meio do recreio, ele resolvia que todos deveriam sair do castelinho da escola para ele subir e ser imperador, porque a mãe dele tinha comprado aquilo. Esse sim conhecia o sentido de Capitalismo.
Me lembro, ainda nessa época, de uma final de campeonato mundial de futebol, entre Vasco da Gama (meu time na época, embora seja paulista) e Real Madrid. Era no horário de aula, e meu pai foi pedir para me deixarem assistir ao jogo. Não me lembro o resultado, só sei que o Vasco perdeu e eu fiquei frustrado por isso. A parte legal é que quando eu saí da sala de tv, todas as crianças vieram me perguntar como tinha sido o jogo (embora ninguém soubesse o que era futebol de verdade). Naquele dia, eu me comportei como um pajé, que conhece toda a verdade... e o pior é que, para a idade, conhecia mesmo. xD
Várias outras histórias menos marcantes ocorreram lá... uma professora roubava meu lanche, nós brincávamos de bicho com o mais bobo da turma (fazíamos reflexo com o relógio na parede, e ele ficava pulando para tentar alcançar), assustávamos as meninas na casinha, ficávamos com muuuito medo de todas as histórias da Gabriela-que-conta-mentira, éramos gênios da língua portuguesa, sabendo todas as famílias das sílabas (tatu, bola, cachorro...); eu era palmeirense (sinto falta da época em que Paulo Nunes e Oséas jogavam juntos no Palestra... 1998, se não me engano); eu vi o Patati e o Patata; eu nunca dormia no horário da soneca, só para ouvir as histórias que as tias contavam (embora não entendesse nenhuma delas).
Ah... o parquinho foi bom! A minha maior frustração na época foi com a Tia Simone, que eu não suportava. Ela era má... me lembro de uma vez que ela puxou o cabelo de uma menina, gritando com ela como uma louca. Mas, o parquinho foi bom. Tudo isso, que antes me assustava (ou não), hoje me faz rir. Me lembro da cozinheira, embora não consiga lembrar de seu nome, que cheirava a cigarro e era muito legal. A filha dela também trabalhava lá, mas não me marcou muito. Tinha uma bebê, Bia, que eu tomava conta. Ela era legal... me lembro que gostava de ficar balançando o carrinho dela em vez de ficar sentado fazendo coisas sem-graça.A primeira palavra que ela aprendeu a falar foi "Caio".
O ensino no parquinho era muito bom... saí de lá totalmente alfabetizado e fazendo continhas bem simples (1+1; 2+2). Mas tinha algo que eu odiava: LIÇÃO DE FÉRIAS! Isso foi feito só para infernizar a vida dos alunos. Eu sempre queria fazer tudo rápido pra não ter mais que fazer aquilo.
Quase me esqueci de um acontecimento: As abelhas atacando a escola. Na frente da escola, havia uma árvore sob a qual todos brincávamos. Um dia, uma menina gritou e saiu correndo. Ela salvou, heroicamente, a vida de sua Barbie, mas esqueceu de nos avisar que havia um enxame de abelhas nessa árvore. Quando vimos, corremos para dentro aos gritos, e as tias vieram nos salvar... os bombeiros foram chamados e tiraram as abelhas de lá. Durante um bom tempo, ninguém mais brincava de superman, batman ou zorro, mas sim de ser um bombeiro.
Essa época foi legal... bem divertida, tirando o fracasso brasileiro na Copa de 1998.

3 comentários:

  1. Caio, adorei seu blog! Esse texto é muito divertido e me identifiquei em vários momentos, parabéns. Só queria deixar uma sugestão: não sei se é só comigo, mas o fundo escuro e as letras claras embaralharam um pouco minha visão depois de um tempo lendo. No mais, parabéns pelo blog em geral, sucesso! Vou conferir os outros textos :) xx

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  2. Filho,

    voltei ao passado! Que saudades!!!
    Nossa quanta coisa boa!!!Lembra do judo???
    Do tio Marcio que te chamava de piolho,lembra?
    Dos aniversários comemorados na escola?
    Do Jordan, do Mateu ?
    Espero que sua vida seja sempre assim, com muitas coisas boas para recordar!!
    Adorei seu blog!!Amo muitovc!!

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  3. Nossa, senti saudade dessa minha época. Uma vez a professora enterrou nosso peixinho no gramado do jardim (ele havia morrido, é claro), e essa cena ficou pra sempre na memória.
    É bom relembrar o passado... nos faz refletir sobre a nossa condição hoje.
    Até!

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