quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Eu x Biologia

• O eterno debate biológico: Os vírus são seres vivos ou não? Afinal, eles não têm células, não são capazes de ter metabolismo próprio... só demonstram vida quando estão parasitando outras células. Acho engraçada essa discussão. Se não temos certeza quanto à vida deles, devemos exterminá-los antes que surja uma “Sociedade Protetora dos Vírus Indefesos”. Afinal, para que servem aqueles amontoados de DNA e Proteínas? Só para foder com a vida alheia.
• Uma coisa que não faz sentido na biologia é a ordem evolutiva dos Filos: Desde os Poríferos (esponjas-do-mar), os Cnidários (Águas-Vivas), Platelmintos (Planárias), Nematelmintos (lombrigas), Anelídeos (minhocas), Moluscos (Polvo), Artrópodes (Insetos, Aranhas, Crustáceos...), os seres evoluem, tendo os sistemas mais bem desenvolvidos, ganhando órgãos, etc. Porém, depois dos Artrópodes, vêm os Equinodermos (estrelas-do-mar), que não tem QUASE NADA! Não têm nem sistema circulatório!!!!! É Absurdo!
• Gosto muito de Biologia, mas algumas coisas que ela pede para que nós acreditemos são impossíveis. Exemplo: As árvores têm, em suas folhas, pequenas organelas que se abrem quando sentem muita água, para transpirar, e se fecham quando está muito seco. Além disso, temos que acreditar que a copa da árvore faz uma pressão para puxar água da raiz. Além disso tudo, temos que aceitar outras coisas absurdas do tipo: DENTRO DAQUELE TRONCO DURO, QUE LEVAMOS UM BOM TEMPO PARA CORTAR COM UM MACHADO, A ÁGUA CIRCULA TRANQUILAMENTE DA RAÍZ ATÉ A COPA.... TÁ DE BRINCADEIRA, NÉ?!
• Teorias de surgimento da vida são um pouco frustrantes. Acreditar que algumas proteínas surgiram de compostos inorgânicos (sem qualquer vestígio de vida) uniram-se com água, formando grandes proteínas, e começaram a COMER outras proteínas, ficando cada vez maiores até formarem os primeiros seres unicelulares... isso é um pouco absurdo para mim. Fico imaginando se, ao pingar uma gota de caldo de feijão (rico em proteínas), em alguns anos aquilo viraria um novo tipo de vida... A Biologia se esqueceu de alguns fatores simples, como O SOL! O sol vai secar a água, e essa proteína vai desnaturar. Mas, o que é uma simples estrela quando temos todos os Vírus Indefesos para proteger.
• Sei que essa parte do veneno aplicado à Biologia ficou um pouco chata, mas é que é meio tenso zoar uma matéria que estuda a vida. Essa é a dificuldade de contrariar e de provar essas matérias (Física, Química e Biologia): elas são variáveis. Já a Matemática não, ela é insuportavelmente exata.

Biologia e eu

Biologia é uma matéria simpática. É raro alguém odiar essa ciência, embora seja raro também alguém que não seguirá carreira de biológicas amá-la. Sou uma exceção, pois farei Letras, mas adoro estudar Biologia.
O Meu histórico com a Biologia começa cedo, com aquilo que seria o protótipo da Biologia: Ciências e Saúde. No Ensino Fundamental, a professora Fátima (minha professora da primeira, segunda e quarta séries) sempre nos ensinava algo de ciências. Essa matéria nunca foi levada muito a sério, já que os alunos se preocupavam mesmo com Português e Matemática. Porém, foi no Ensino Fundamental I que aprendi como estava organizado o sistema solar, como era a Terra, a importância do Sol... enfim, era a ponta do iceberg.
Depois, no Ensino Fundamental II, na outra escola, o ensino foi um pouco conturbado. Quem me ensinava Ciências na quinta série era o Professor Nelson (formado em Letras). Embora não tivesse formação, foi meu melhor professor de Ciências até a oitava série. Me ensinou muitas coisas mesmo... eu adorava suas aulas. Depois, na sexta série, ele saiu da escola, e a Melissa entrou em seu lugar. O interessante é que ela dava aulas de História e Ciências (era formada em Pedagogia). Sinceramente, não gostava de suas aulas... não passavam de leituras do livro. Mas, não posso negar que aprendi algumas coisas básicas, como as divisões dos animais em filos. Na Sétima série, ela saiu (acho que saiu sim... de qualquer maneira, não me dava mais aulas) e a Ariana entrou. Essa era estagiária de Biologia, e era quase boa na sua parte. O Problema é que, com o passar do tempo, ela começou a dar aulas de Matemática também, e aí tudo se misturou e não aprendi mais nada. Tinha ainda o professor Victor (acho que era Victor... só me lembro mesmo do seu apelido “frango”), que dava aulas de matemática no começo do ano, mas conhecia muito de Biologia. Com ele, tive o primeiro contato com a Genética. Na oitava série, ciências foi dividida em Química e Física... não me lembro se também tínhamos aulas de Biologia... de qualquer maneira, se tive não aprendi nada.
No Primeiro ano, no outro colégio, tive aulas com o professor Austher, que era muito bom em boiologia. Na época, ele conseguiu me converter... eu queria fazer história e ele me fez ver como Biologia era legal. Logo, mudei-me para a área de biológicas até conhecer bem a Literatura. Ele me ensinou boa parte das coisas que sei até hoje de Biologia. Tudo que ele ensinava eu aprendia sem problemas. Havia apenas duas exceções: Bioenergética e transcrição/tradução do DNA. Fora isso, consegui aprender tudo o que ele me ensinou. Ele se fingia de gay, e dizia que tinha um caso com o professor de química, o Jajah (que confirmava a história). O mais engraçado é que essas brincadeiras eram subversivas, já que estávamos em um colégio católico. Todas eram feitas fora dos olhos da coordenação.
Me lembro de uma aula do Austher em que ele fez alguns arredondamentos nas notas (o que era comum no colégio). Esses arredondamentos eram engraçados... quem tinha 2 ia pra 5; quem tinha 4 e não se comportava ficava com 4,5 pra fazer a recuperação... enfim, era bem justo. Me lembro que a Pitty, minha amiga, estava precisando de nota e ele deu. Uma outra menina, a Gabriela B. não entendeu o porquê dela não ganhar a nota que precisava pra não ficar para recuperação. Então, começou uma briga na sala, e o Austher se irritou, tirando todos os pontos que ele tinha dado. Quando a Gabriela se sentou, todos pegaram as suas carteiras e levaram para o outro lado da sala, isolando-a completamente. Foi muito engraçado, embora desnecessário.
No começo do terceiro ano, tinha aulas com a Paula nos três setores. Ela era um barato... falava muuuuito rápido sem tomar fôlego. Não sei como aguentava. Ela manjava muito de biologia... era absurda a quantidade de informações que ela conseguia guardar. Além de ter feito Biologia, ela cursou três anos de Medicina (acho que foram três), então conhecia mais que o normal pra um professor de Biologia. Me lembro de um dia que ela levou um barbeiro e um marca-passo em uma placa para nós vermos. As suas aulas eram bem legais. Em maio, fui para a outra sala, onde ela só dava as frentes 1 (citologia e genética) e 3 (ecologia e botânica). O Levi ensinava a frente 2. ele era legal, mas seguia um outro estilo de aula... as aulas dele não eram voltadas para o conhecimento biológico em suas últimas proporções (que eu adoro), mas sim para tirarmos uma boa nota no vestibular. No começo, eu não gostava de suas aulas. Depois, me adaptei e comecei a gostar. Certa vez alguém disse que ele se parecia com um gnomo, só faltava por um gorro e uma roupa verde... ri muito, pois é a mais pura verdade. Enfim, esse foi o meu histórico nem tão breve assim com a Biologia.

domingo, 19 de setembro de 2010

A química e o meu veneno em doses homeopáticas

Meu veneno atacando a indefesa química:

• A química é a matéria que melhor representa o sistema capitalista: Quanto mais elétrons você tem na última camada, mais você pega dos outros para ficar com o máximo possível. Os que tem menos elétrons, perdem os poucos que têm, ou são obrigados a empresta-los aos mais fortes. Já o pobre hidrogênio, que só tem um elétron, não tem nem mesmo uma família para protege-lo. Welcome to the jungle.
• Os químicos, quando vão dar nome aos compostos, gostam de brincar de duplo-sentido, criando nomes do tipo “metanal”. Porém, o nome que eles mais usam como exemplo de pornoquímica é o 1-meteno-2- benzeno, o que é um composto IMPOSSÍVEL. Por favor, tentem citar um exemplo real da próxima vez... caso contrário, troquem uma idéia com nosso amigo Gauss, que inventou a raiz quadrada de menos um.
• Os químicos acham que todos nós vivemos num deserto, em busca de um gole d’água. Em todas as reações que eles criam, a primeira coisa que nos dizem é: “tentem formar água”... POR QUE ÁGUA? Eu quero formar algo melhor, tipo... sonho de valsa. (foi péssima, eu sei)
• Químicos gostam de coisas que remetem aos órgãos exclusivamente masculinos... por exemplo, sempre que vão representar um elétron, fazem uma bola. Quando vão representar dois elétrons unidos (duas bolas juntas) fazem um pau entre os átomos. O que seria isso? Freud explica de uma maneira que talvez não agrade a muitos...
• Geometria Molecular: a ligação de dois átomos pode formar uma linha ou ainda um ângulo que seja diferente de 180º, já que sempre forma um tetraedro... What the Porra é essa?
• Cantiga fantasmagórica da química: “Um s 2, dois s 2, dois p 6, três s 2 ...” para poder decorar o diagrama de Linnus Paulling (acho que escrevi errado) que diz onde o átomo está na tabela periódica. Todo aluno decora isso, mas não para pra pensar numa coisa: por que s, p, d,f ? Qual foi a brilhante dedução de Paulling pra escrever isso?
• A Química tem uma lei fundamental: REGRA DO STAPARA: Isso sta para isso assim como aquilo stapara aquilo. Também chamamos de regra de três. Basta aprender isso, e você pode tornar-se um excelente químico.
• Me esqueci de outra regra importante na química: Tantufaz – “Professor, começo pelos reagentes ou pelos produtos?” Tantufaz.
• As duas piadinhas que coloquei aí foram do Rogério... ele conta isso nas aulas com tristeza.
• Os químicos são matemáticos frustrados. Para negar isso, o que fazem? Ao invés de utilizarem o sinal de igual, colocam uma setinha em algo que eles chamam de... equação. Não seria mais fácil chamar de outro nome?

Química na minha vida...

Meu histórico com a química começou na oitava série. Eu sonhava com aulas de química... achava que viraria um gênio, assim como com aulas de física. Porém, o que ocorreu é que tive aulas com um engenheiro mecânico formado numa faculdade de esquina que não dominava a química. Para ele, tudo se resumia a nos mandar decorar que um átomo (eu não sabia o que era) dava elétrons (tampouco) a outro através de ligações. Eu e outros membros da minha sala forçamos a barra com ele e com a direção. Juntando a perturbação com a falta de pagamento que era comum na escola onde eu estudava, ele se demitiu. No lugar dele, entrou uma bióloga que dava aulas de biologia para o Médio e de química para nós... Ela era completamente louca. Eu gostava dela no começo, mas depois começou a falar sobre temas que não tinham nada a ver com a matéria. Enfim, fiquei um zero a esquerda em química.
No Ensino Médio, mudei de escola e passei a ter aulas com o Jackson (Jajah, como chamávamos.) Ele até hoje é um amigo meu, muito gente boa e explicava muito bem. Porém, no começo do primeiro ano, eu entrei em choque, pois ele falava de átomos, moléculas, substâncias, misturas, como se fosse a coisa mais natural do mundo (porque é ) e eu não entendia NADA. Depois de um tempo, comecei a perguntar as coisas pra ele, e ele conseguiu a proeza de me fazer entender química. Ele e o professor de Biologia (Austher) fingiam que eram gays e tinham um caso. Imaginem isso num colégio católico. Era muito engraçado. Sinto falta das brincadeiras com eles. Me lembro que tinha um menino na classe (Dudu) que sempre desafiava o Jacson pra lutas... O Dudu apanhou durante TODO O SEGUNDO ANO, mas ganhou do Jacson na última luta... foi muito engraçado. Falando no Jacson, ele vai ser pai! O filho dele (Rafael) vai nascer nesse mês, se não me engano... não, não me engano, será nesse mês mesmo.
O Jacson é que me ensinou algumas coisas fundamentais da química que uso até hoje, como estequiometria, lei de Hess (eu adoro essa lei, embora seja muito esforço para nada.... é matar borboleta com bazuca), termoquímica em geral, propriedades periódicas, enfim, muitas coisas.
No terceiro ano, mudei de escola. Nessa nova escola havia três professores de química: O Sérgio, de química inorgânica I; o Zé, de química inorgânica II; e o PH, de química orgânica. O Sérgio é tranquilo, parado... muitas pessoas da classe não gostam do jeito dele de explicar, mas eu conseguia entender a matéria quando ia falar com ele fora da sala. O Zé é bem engraçado... ele tem uma mania que me irritava no começo do ano, de ficar dizendo “ta bom?” toda hora. Mas é um excelente professor, sempre fazendo tudo passo a passo para que todos conseguissem entender. O PH é um caso diferente... eu nunca gostei do jeito dele de ensinar. Ele valoriza muito a nomenclatura dos compostos, e deixa a aplicabilidade de lado. É muito metódico e usa um tom de voz que dá sono. Eu não gostava das aulas dele.
Depois que mudei de turma, passei a ter aulas com a Sônia (química in. I e orgânica) e com o Rogério (inorgânica II). A Sônia é engenheira naval, se não me engano. É excelente, sempre valorizando a aplicação da matéria dela, nos ensinando como as reações ocorrem de fato e como nós as fazemos no papel. Com ela aprendi muitas coisas. É excelente mesmo. O Rogério é um professor excêntrico... é poeta, gosta de tênis, odeia futebol, e tem certos problemas com celulares que tocam durante as aulas. É muito bom professor também... Sempre passa a matéria com calma e consegue estar sempre em dia com o conteúdo... é bizarro! Ele me deu um livro de história da química chamado “da Alquimia À Química”, de Ana M. Alfonso Goldfarb. Ainda não li esse livro. Quando ler, escreverei um texto para esse blog sobre história da química. Esse é meu histórico com a química até aqui...

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Parquinho... época legal.

Hoje resolvi fazer diferente, e contar algumas pérolas que aconteceram durante esses anos que frequentei várias escolas. Na realidade, não são só pérolas, são casos que, interessantes ou não, me marcaram.
Durante a pré-escola, lembro-me de algumas pequenas histórias, mas minha memória não ajuda muito. Uma menina, a Gabriela (perdi o contato com ela... lembro que a chamava de Gabriela-que-conta-mentira), era mestre em nos deixar desesperados. Ela era dois anos mais velha, e era algo similar a um oráculo no parquinho. Lembro que uma vez eu toquei numa planta, e ela veio correndo para mim, dizendo que eu morreria por causa daquilo. Eu ia parar de respirar, e morrer com galhos de árvore saindo da minha boca (WTF?). O pior é que eu acreditei, e fiquei desesperado. Passei toda a tarde (uma eternidade) preocupado, sentindo faltas de ar (êêê Psicológico...) e pensando que morreria. Em casa, contei para os meus pais, e eles me explicaram que era mentira.
Além dessa menina, havia o Pedro Henrique, que era o valentão do parquinho. Todos tínhamos medo dele. Além de ser pseudo-forte (na verdade, ele não tinha medo de apanhar), era filho da dona da escola. No meio do recreio, ele resolvia que todos deveriam sair do castelinho da escola para ele subir e ser imperador, porque a mãe dele tinha comprado aquilo. Esse sim conhecia o sentido de Capitalismo.
Me lembro, ainda nessa época, de uma final de campeonato mundial de futebol, entre Vasco da Gama (meu time na época, embora seja paulista) e Real Madrid. Era no horário de aula, e meu pai foi pedir para me deixarem assistir ao jogo. Não me lembro o resultado, só sei que o Vasco perdeu e eu fiquei frustrado por isso. A parte legal é que quando eu saí da sala de tv, todas as crianças vieram me perguntar como tinha sido o jogo (embora ninguém soubesse o que era futebol de verdade). Naquele dia, eu me comportei como um pajé, que conhece toda a verdade... e o pior é que, para a idade, conhecia mesmo. xD
Várias outras histórias menos marcantes ocorreram lá... uma professora roubava meu lanche, nós brincávamos de bicho com o mais bobo da turma (fazíamos reflexo com o relógio na parede, e ele ficava pulando para tentar alcançar), assustávamos as meninas na casinha, ficávamos com muuuito medo de todas as histórias da Gabriela-que-conta-mentira, éramos gênios da língua portuguesa, sabendo todas as famílias das sílabas (tatu, bola, cachorro...); eu era palmeirense (sinto falta da época em que Paulo Nunes e Oséas jogavam juntos no Palestra... 1998, se não me engano); eu vi o Patati e o Patata; eu nunca dormia no horário da soneca, só para ouvir as histórias que as tias contavam (embora não entendesse nenhuma delas).
Ah... o parquinho foi bom! A minha maior frustração na época foi com a Tia Simone, que eu não suportava. Ela era má... me lembro de uma vez que ela puxou o cabelo de uma menina, gritando com ela como uma louca. Mas, o parquinho foi bom. Tudo isso, que antes me assustava (ou não), hoje me faz rir. Me lembro da cozinheira, embora não consiga lembrar de seu nome, que cheirava a cigarro e era muito legal. A filha dela também trabalhava lá, mas não me marcou muito. Tinha uma bebê, Bia, que eu tomava conta. Ela era legal... me lembro que gostava de ficar balançando o carrinho dela em vez de ficar sentado fazendo coisas sem-graça.A primeira palavra que ela aprendeu a falar foi "Caio".
O ensino no parquinho era muito bom... saí de lá totalmente alfabetizado e fazendo continhas bem simples (1+1; 2+2). Mas tinha algo que eu odiava: LIÇÃO DE FÉRIAS! Isso foi feito só para infernizar a vida dos alunos. Eu sempre queria fazer tudo rápido pra não ter mais que fazer aquilo.
Quase me esqueci de um acontecimento: As abelhas atacando a escola. Na frente da escola, havia uma árvore sob a qual todos brincávamos. Um dia, uma menina gritou e saiu correndo. Ela salvou, heroicamente, a vida de sua Barbie, mas esqueceu de nos avisar que havia um enxame de abelhas nessa árvore. Quando vimos, corremos para dentro aos gritos, e as tias vieram nos salvar... os bombeiros foram chamados e tiraram as abelhas de lá. Durante um bom tempo, ninguém mais brincava de superman, batman ou zorro, mas sim de ser um bombeiro.
Essa época foi legal... bem divertida, tirando o fracasso brasileiro na Copa de 1998.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Física e o meu veneno

Meu veneno aplicado à física:

• Eletromagnetismo: Não entendo a tal regra da mão esquerda, na qual você faz uma arma com seus dedos indicador e polegar, e faz o dedo médio formar um ângulo de noventa graus em relação ao indicador. A Força Magnética é simbolizada pelo polegar, e é a resultante do campo magnético (indicador) pela velocidade (dedo médio). O que não compreendo é: como a resultante de dois vetores contidos em um plano pode pertencer a um outro plano? Isso não faz sentido... é tão absurdo quanto dizer que 2+c= bee gees.
• Quantidade de movimento é o conceito físico que foi batizado da maneira mais ignorante possível. O correto seria chamar de quantidade de inércia, ou seja, o quão difícil é mover um corpo quando esse está parado, ou pará-lo quando ele está se movendo. Não entendo a dificuldade dos físicos em dar nome às leis.
• O emprego de físico é o que todos os brasileiros sonham: fiscal da natureza. Ele observa o movimento dos planetas, as trajetórias das formigas, a resistência do ar num pára-quedista. Porém, ele nunca vai a outro planeta, nunca segue uma trajetória, nem tem coragem de pular de pára-quedas. (Foi mal, acho q peguei pesado).
• Problema típico de dilatação volumétrica: “Uma dona de casa colocou um líquido (eles nunca escrevem leite) para ferver. Após iniciar a ebulição, a panela dilatou 300 ml. Levando em consideração os dados abaixo ( vários coeficientes e afins), e sabendo que um litro de leite custa 2 reais, dê o prejuízo que a dona de casa teve.” Convenhamos que era mais fácil desligar o fogo na hora certa, né? Afinal, não adianta calcular o leite derramado (entenderam o trocadilho?).
• Essa eu vi num Stand-Up do Leandro Hassum, e achei muito boa: “um corpo de massa 70kg é atirado da janela de um prédio, há 60 metros de altura do solo. Qual o trabalho realizado pelo corpo? Gritar??? Isso é um homicídio, chamem a polícia!” Se o corpo fosse mais leve, até me atreveria a dar nome e sobrenome ao corpo, e dizer que era uma menina bem nova.
• Problema clássico de termometria: Uma família foi viajar para os EUA, onde se usa a escala Farenheint. A mãe, super-protetora, achou que seu filho estava com febre, e mediu sua temperatura com um termômetro comprado às pressas numa farmácia. Nele, marcou-se XºF. Isso equivale a quantos graus celsius?” Convenhamos que, se a mãe é super-protetora, ela teria levado o termômetro no qual ela confiava, não?
• Ondas: Cantiga fantasmagórica de ondas: “ondas não transportam matéria”. Se isso é verdade, porque várias pessoas já foram derrubadas por ondas nas praias. Os físicos respondem: “Mas aí não são ondas, e sim correntezas. As ondas das quais falamos são as marolas”. Se vocês falam das marolas, por que não chamam de marolas, e não ondas?!
• Peso: Os físicos dizem que o que medimos em kg é nossa massa. Nosso peso é a força que nos prende à Terra. A unidade de medida é o Newton. Sempre que alguém diz “eu peso X newtons” é inevitável que eu imagine essa pessoa num prato de balança e X Isaacs Newtons no outro prato. Ou, então, penso nessa pessoa pegando X Isaacs Newtons e colocando sobre uma balança de farmácia. É tosco, eu sei, mas é no que penso.

Física: nossa delicada relação.

Física é uma matéria bem estável no currículo escolar, embora muitas pessoas não consigam diferencia-la da química. Há uma cantiga fantasmagórica padrão para explicar essa diferença: “A química estuda a composição do corpo enquanto a física estuda o relacionamento do corpo com o mundo”. Ou seja, a física é uma psicóloga.
Eu sonhava com uma aula de física. Achava que o mundo iria se abrir para mim, que eu conheceria segredos nunca antes revelados... esperava que o professor fosse um Einstein. Assim foi até a sétima série. Após a minha frustração com a matemática, nada mais me animava na escola. Então, na oitava série tive minhas primeiras aulas de Física. Isso merece um outro parágrafo.
Então, tive as minhas primeiras aulas de física, com o Professor Anderson. Ele era um excelente professor... acima da média na escola onde estudava. Porém, era muito irritadiço, e qualquer coisa o tirava do sério. Eu nunca tive problemas com isso, pois tinha que guardar meus esforços para combater a direção daquela escola. As aulas dele eram tranqüilas, e sempre me lembram um dia chuvoso (sempre gostei de estudar com chuva). Ele ensinou conceitos básicos da física para nós. Mas o mais engraçado, de todas as aulas dele, foi uma invasão de baratas que houve na minha classe.
Essa invasão ocorreu assim: havia uma porta desativada na sala. Ela estava toda podre, mas a diretora não mandava tira-la. Um tia, vimos duas anteninhas saindo do batente. Chutamos e um bando de baratas invadiu a sala... cerca de vinte baratas. Estávamos no meio da aula. Começamos a matar as que conseguíamos, mas não tinha como vencer todas. O Anderson, tranquilamente, nos mandou ir ao pátio (quintal, já que a escola era uma casa) e continuou a aula lá, como se nada tivesse acontecido. Isso sim é postura...
Depois, fui para outra escola e tive aulas de física com um dos melhores professores que já tive na minha vida: João Bosco. Ele era cinquentão, muito sério, mas quando resolvia fazer alguma piada (sempre muito inteligente e discreta) ninguém aguentava. Enfim, ele ensinou muitos assuntos, e eu entendi quase todos. As exceções foram Movimento Circular e Eletrodinâmica. Também tive aulas com ele durante o segundo ano do Médio, quando o colégio fechou. Nesse ano, formou-se um grande grupo de funcionários contra a coordenação. Nem preciso dizer que eu me aliei a eles. Mas, o assunto é física.
No terceiro ano, passei a ter aulas com dois professores: Bisquolo e Garcia. Enquanto estava na primeira turma, o Bisquolo me ensinava a parte de elétrica (nunca entendi) e mecânica (tranquila), e o Garcia a parte de ótica e ondas (teoria fácil e exercícios impossíveis). Depois, na outra turma, o Garcia também ensinava elétrica. Um pouco sobre essas duas figuras:
O Bisquolo é um roqueiro, que tinha quatro gatos (dois morreram), usava camisa pólo e era dominado pela Valéria (professora de história do Brasil... muito legal!). Enfim, eu costumo chamá-lo de traidor do movimento. Já o Garcia, tem seus cinquenta anos, e diz ser um semi-deus, loiro (ou quase isso), 1,80 m (ou quase isso), de olhos azuis (dependendo de como bater a luz (??) ). Vive fazendo gracinhas com as meninas do cursinho. Sempre tem uma piada relacionando sexo, sedução ou afins.
Enfim, Física! Não consegui entender novamente elétrica, independente do que fosse... essa matéria foi feita para me irritar em primeiro lugar, e depois para ajudar o mundo. O Bisquolo tentou, mas não conseguiu me fazer entender a parte de Energias nem movimento circular.

sábado, 11 de setembro de 2010

Matemática sofrendo com meu veneno.

Agora que já passei todo o meu histórico com a matemática, aí vai meu veneno destilado sobre algumas partes da matéria:

• Matrizes são tabelas, e nada além disso. Multiplicar uma tabela por um número, faz sentido e encontra aplicabilidade no mundo não-matemático. Porém, multiplicar uma tabela por outra tabela é incompreensível! Não tem lógica aquela multiplicação estranha que é feita onde “linha pega coluna e coluna pega linha”. Aí começa uma pornotemática sem sentido nem sensualidade.
• Problema típico de análise combinatória: “Dona Maria vai registrar sua senha de 6 algarismos no banco. De quantas maneiras diferentes ela poderá fazer isso?” Simples, de três maneiras: com a data de aniversário dela, do marido, ou do filho. Se ela tiver dois ou mais filhos, não registrará com a data de nenhum, dizendo que não quer gerar ciúmes. A verdade é que ela mal se lembrará das datas.
• Números Complexos desmentem toda a matemática, que se orgulha em dizer que não é uma ciência empírica. Durante todas as operações REAIS da matemática, afirma-se algo que vira cantiga fantasmagórica na sétima série: “Não existe raiz de índice par de número negativo”. Depois, no Médio, diz-se que “i” ao quadrado é igual a -1. Mas, não se pode dizer que i é igual à raiz quadrada de menos um. Curiosamente, uma ciência não-empírica, que não trabalha com achismos, cria uma “unidade imaginária”. Boa, Gauss!
• Não entendo o narcisismo matemático de fazer um circulo de raio um e dizer que ele se movimenta positivamente no sentido anti-horário. Para que essa revolta com toda a sociedade que está acostumada a ver tudo movimentar-se positivamente para o sentido horário? Entendam, nós temos apenas um exemplo que vem à mente dos mais avessos à matemáticas quando se fala de movimento em círculos: relógio. Se o ponteiro dos minutos se mover no sentido anti-horário, estaríamos voltando no tempo. Logo, é hora de trocar a bateria do relógio, já que não conseguimos voltar no tempo assim tão facilmente. Será que não chegamos ao ponto de trocar a pilha da trigonometria no círculo?
• A geometria preocupa-se mais com o prejuízo financeiro que alguém pode ter que a álgebra. Nota-se isso ao estudar sólidos semelhantes, em geometria espacial, que se descobre que, num copo em forma de cone (como quase todos que utilizamos) , se alguém beber seu milk-shake até metade da altura do copo, essa pessoa bebeu 7/8 do seu milk-shake. Enquanto isso, a álgebra calcula quantos centavos você terá de lucro deixando seu dinheiro numa caderneta de poupança. Na realidade, você não terá lucro algum, pois quando for utilizar seu dinheiro que ficou parado dois anos para conseguir valer 5 reais a mais que antes, você pagará 50% a mais de impostos numa mercadoria do que pagaria antes. Ups, dei uma de economista...
• Funções Jetoras: uma boa maneira de perder tempo classificando as coisas. Já não bastava criar as funções Compostas, Inversas, exponenciais, Logarítmicas, Modulares, ainda criam uma maneira de acrescentar nomes a elas.
• Conjuntos: Conceito básico que a matemática complica o máximo que pode. Começa a encontrar um milhão de intersecções entre os conjuntos. Isso é, antes de um problema matemático, um problema de comunicação, de pessoas que vão fazer pesquisas e não sabem limitar a quantidade de respostas que o entrevistado pode selecionar.
• Método Cartesiano: é o método que utilizamos para pensar até hoje. Falando o nome completo, parece até mesmo algo complexo, mas na realidade se baseia em uma cruz numerada. O Professor Cury disse em uma aula “A sociedade Ocidental pensa de acordo com o método cartesiano” fato. É por isso que as escolas insistem em dar notas aos alunos não por conhecimento acumulado (esse é imensurável) mas sim por conhecimento provado, para que se coloque em um gráfico cristão-numérico, que é o nome prático. Enfim, esse é o grande culpado pelos surtos dos alunos dos Ensinos Fundamentais e Médio.
• Progressão Geométrica: Através dela estudamos coisas muito úteis, como a reprodução de uma colônia de bactérias. Eu acho que no tempo que levaram para descobrir a razão dessa progressão, poderiam ter feito algo útil tipo... matar essa colônia e evitar uma nova epidemia. Fica a dica para a próxima vez!
• Os matemáticos mostram a sua queda pelas Letras em exercícios do tipo: “Quantos anagramas podemos formar com a palavra ARARA?”. Ao mesmo tempo, mostram que não dominam tão bem a semântica, já que ARARA não tem nenhum anagrama com valor semântico, ou seja, com significado. A menos que a palavra RARAA tenha algum significado em outro lugar do globo (sem merchan).
• Incoerência matemática que novamente inclui as Matrizes: Nos quatro primeiros anos do Fundamental, aprendemos que “a ordem dos fatores não altera o produto”. Acreditamos piamente nisso, e usamos até o ponto em que aprendemos matrizes. Para as matrizes, A vezes B é diferente de B vezes A. E o pior: Algumas vezes, A vezes B possui resultado, enquanto B vezes A é impossível. Impossível é achar a lógica para isso no ensino médio.

Matemática - meu histórico com ela.

Matemática é a matéria mais volátil do currículo escolar. Ao mesmo tempo que muitos a adoram (meu caso, até a sétima série), muitos outros a detestam. Hoje, entendo ambos os lados, por já ter feito parte dos dois. Durante os quatro anos iniciais, adorava matemática e odiava português com todas as minhas forças. Na quinta-série, tive uma professora maravilhosa dessa parte, que me fez gostar mais ainda (professora Karina). Na sexta, ela saiu e tive aulas com um outro professor, que já não me agradava tanto, embora dominasse a matéria. A sétima série... não, essa série merece um parágrafo especial, assim como a quinta, que vou retomar:

A quinta série é, de acordo com o Professor Décio, a série onde todos são matemáticos brilhantes, e deixam seus cadernos abertos sobre a mesa da cozinha, esperando os tios olharem e elogiarem, dizendo frases do tipo “nossa... o menino dá pra coisa!”. Todos gostam da matemática ensinada lá... o início das regras de potenciação, sempre simples (se bem explicadas, claro). O Décio diz ainda que nessa série deveria ser introduzido o conceito de Logaritmo, para que houvesse menos traumas no primeiro ano do Médio. Devo concordar com ele. O logaritmo poderia ser apresentado sim na quinta série. Porém, com alguns professores que temos no mercado, creio que isso só anteciparia o trauma.

A sétima série é a série danosa. Os grandes matemáticos da quinta série, em geral, viram humanóides (como eu). Os fantasmas dos produtos notáveis começam a atormentar a vida de todos, que decoram, muitas vezes sem entender, canções fúnebres do tipo “o quadrado da soma é igual ao quadrado do primeiro termo, mais duas vezes o primeiro pelo segundo, mais o quadrado do segundo”. Então, foi nessa série que me traumatizei em relação à matemática. Para ajudar, eu tinha aulas de matemática com uma estagiária de biologia (não me pergunte a lógica disso, pois nunca entendi.). A matemática tornou-se uma pedra no meio do caminho, e o poema de Drummond passou a fazer sentido.

Depois, na oitava série, aprendi a equação do segundo grau. Essa equação, brilhantemente explicada pela professora Fernanda, foi apelidada carinhosamente pelo (pra variar) professor Décio de Gisele Bundchen da Matemática. É uma das (senão A) ferramentas mais úteis da matemática. Então, nessa série, já gostava mais de matemática, mas os danos causados pela sétima série foram irreversíveis. Jamais voltei a pensar em cursar matemática. Também na oitava série, aprendi trigonometria no triângulo, com a Professora Érica, de Desenho Geométrico. É uma pena que eu não tenha aproveitado as aulas dela como poderia... mas na oitava série, estávamos mais preocupados com a formatura que com as aulas.

Voltando à matemática, o primeiro ano do Médio foi extremamente difícil pra mim. Eu estava acostumado com salas de aula pequenas (10 alunos) e fui para uma escola com 30 alunos numa sala. Então, me desesperei, e ficava com vergonha de perguntar durante as aulas. Novamente, o que me apavorava era a revisão de produtos notáveis e radiciação que o professor estava fazendo. O Professor Ilídio era extremamente bem-humorado, o que me assustava mais ainda. Eu estava acostumado com professores que seguiam uma postura de colégio, e ele adotava algo entre a postura de colégio e a de cursinho, até porque estávamos em um colégio católico. Mas, após entender a matéria, comecei a gostar das aulas dele. Foi com ele que aprendi Logaritmos sem me traumatizar, utilizando o método de brincar de médico: “enfia o dedo na base e empurra até o outro lado levantar”.

No segundo ano, ainda com o Ilídio, aprendi matérias que me traumatizaram por serem chatas, como Progressão Aritmética e Progressão Geométrica, e outras por serem quase impossíveis, como Análise Combinatória (que não faz NENHUM sentido até hoje para mim...) Nesse ano aprendi uma matéria que me ajudou MUITO no primeiro semestre do terceiro ano: trigonometria no círculo. Além de aprender a matéria, me diverti muito com as tentativas frustradas do Ilídio de desenhar um círculo perfeito na lousa.

No terceiro ano, mudei novamente de escola, e tinha agora dois professores de matemática: Paulo Cury (que sugeriu que eu escrevesse textos sobre pérolas da escola) e Celso. O Paulo Cury me ensinou até o mês de maio a parte de álgebra I e geometria, e o Celso ficava com o terceiro setor, que abordava temas avulsos de álgebra (entre eles a temida Análise Combinatória, que continuou sem fazer sentido) e trigonometria (que eu já havia aprendido bem com o Ilídio. Então, eu só tinha um motivo para me desesperar: Geometria. A partir de maio, troquei de classe, e a parte de Álgebra I passou a ser lecionada pelo Décio. O Décio é um professor diferente de todos que já tive, por ser ao mesmo tempo filósofo e coreano (quem gosta de exatas), de acordo com a definição dele mesmo. Então as aulas deles eram divididas em atos, assim como as peças de teatro que tanto gosto de ler... isso me ajudou bastante. Para o Cury ficou a quase impossível tarefa de me fazer entender geometria. O engraçado é que enquanto ele ensinava geometria plana, eu não entendi a matéria. Na última aula do tema, entendi tudo o que ele havia explicado antes, e saí da sala muito animado. Então, começou a ensinar geometria espacial (não entendia nada também). Na última aula, uma luz piscou na minha cabeça e tudo o que ele falou até ali começou a fazer sentido. Ele conseguiu milagres nesse ano! Já o Celso, infelizmente não aproveitei as aulas dele... eu ficava em transe, querendo dormir, pois já havia aprendido TUDO que ele ensinava. Então, infelizmente, era broxante continuar assistindo àquelas aulas.