sábado, 22 de janeiro de 2011

As Melhores Coisas do Mundo


Depois de um bom tempo sem postar nada nesse blog, tive motivação para escrever sobre um assunto. Dessa vez, não vou falar mal ou ser irônico, por mais incrível que isso possa parecer. O tema é o filme "As Melhores Coisas do Mundo", da Buriti Filmes. O enredo baseia-se na série de livros infanto-juvenis chamada Mano, de autoria de Gilberto Dimenstein e Heloisa Prieto. Não li nenhum dos livros ainda, mas devem ser bons, considerando a qualidade do filme dirigido por Laís Bodanzky. O roteiro do filme foi feito por Luis Bolognesi.


O filme conta uma série de situações que acontecem nas vidas de Hermano e de seus amigos e familiares. Tudo bem, o resumo da obra em uma frase é clichê, mas a maneira como isso foi explorado faz com que o clichê desapareça. Mano é um adolescente que se enquadra no tipo "comum". Apaixona-se por alguém que não liga para ele. Mas, (é nesse tipo de "mas" que o filme se estabelece como algo diferente) isso não faz com que ele sofra por muito tempo. Ele fica com ela, transa, mas (novamente)isso não é fator decisivo no desenrolar da história.

A coisa realmente pega fogo quando temas supostamente "polêmicos" são tratados da maneira mais Realista/Naturalista possível. O pai de Mano separa-se de sua mãe, para viver com outro homem. Nessa parte da história, definiu-se que a família não seguiria os moldes dos comerciais de margarina: Os filhos surtam, ofendem o pai, passam por uma série de humilhações na escola, ficam em uma situação realmente depressiva. Eis o primeiro tema polêmico: homossexualidade. Esse tema foi tratado de uma maneira extremamente psicológica, sem ser associado à promiscuidade como sempre se faz. Foi um dos pontos altos do filme.

Outro tema polêmico: suicídio. O irmão de Mano termina seu namoro que durava anos. Isso une-se à depressão já existente graças aos problemas causados pelo homossexualismo do seu pai. Como consequência, ele age como um poeta Romântico: vive num quarto escuro, escrevendo textos que dizem o quanto a sua vida é horrível e como a sociedade em que vive é hipócrita e o faz sofrer. Esses textos são publicados em seu blog. Então, ele decide se matar, e publica isso no blog também. Quem acaba o salvando é o namorado e seu pai, que lê o texto e avisa Mano. O engraçado é que o filme não ficou criando um drama exacerbado em torno disso. Foi um fato triste, mas passageiro, e apenas isso.

Houve muitos outros temas delicados tratados no filme, como a interferência da internet na escola, a relação professor-aluna... mas o que realmente deveria ser considerado O tema polêmico da história foi a candidatura ao grêmio estudantil da chapa Mundo Livre. Essa chapa, basicamente, pedia às pessoas para romperem aquela tensão de conceitos elaborados sobre outras pessoas sem ao menos conhecê-las (ou, preconceitos). A visão da chapa é tão simplória e, ao mesmo tempo, tão eficaz, que abala as estruturas sob as quais edificamos os nossos pensamentos. Eu encaro a chapa Mundo Livre como um grito que anuncia a possibilidade de que a simplicidade vença a teia complexa dos conceitos podres da sociedade. Acho que a música Imagine expressa bem a ideia da chapa.

Esse filme superou todas as minhas expectativas. Não focou apenas o tema "perda da virgindade" como vários outros fazem; não tratou os adolescentes como pessoas mentalmente desequilibradas que só querem sexo e festas, e que não seguem qualquer tipo de norma na sociedade; não criou um tipo angelical de adolescentes, como os filmes estadunidenses fazem; e o mais importante: não garantiu o sucesso explorando artistas "da moda". Por mais que o Fiuk tenha atuado nesse filme (como o irmão do Mano), o filme não ficou mostrando cenas para promover uma nova onda de capas da Capricho. O filme baseou-se no roteiro muito bem escrito e na liberdade de improviso aos atores.

Como gostei do filme, entrei em contato com a Buriti e enviei dois e-mails: um para o roteirista e um para a diretora. O Luiz Bolognesi, roteirista, me respondeu de uma maneira muito atenciosa, o que me fez respeitá-lo ainda mais. Mostrou que, além de ser um excelente profissional, sabe tratar muito bem os fãs dos seus trabalhos e, por consequência, dele. Queria agradecer a atenção dele, e recomendar a TODOS o filme AS MELHORES COISAS DO MUNDO.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Eu x Biologia

• O eterno debate biológico: Os vírus são seres vivos ou não? Afinal, eles não têm células, não são capazes de ter metabolismo próprio... só demonstram vida quando estão parasitando outras células. Acho engraçada essa discussão. Se não temos certeza quanto à vida deles, devemos exterminá-los antes que surja uma “Sociedade Protetora dos Vírus Indefesos”. Afinal, para que servem aqueles amontoados de DNA e Proteínas? Só para foder com a vida alheia.
• Uma coisa que não faz sentido na biologia é a ordem evolutiva dos Filos: Desde os Poríferos (esponjas-do-mar), os Cnidários (Águas-Vivas), Platelmintos (Planárias), Nematelmintos (lombrigas), Anelídeos (minhocas), Moluscos (Polvo), Artrópodes (Insetos, Aranhas, Crustáceos...), os seres evoluem, tendo os sistemas mais bem desenvolvidos, ganhando órgãos, etc. Porém, depois dos Artrópodes, vêm os Equinodermos (estrelas-do-mar), que não tem QUASE NADA! Não têm nem sistema circulatório!!!!! É Absurdo!
• Gosto muito de Biologia, mas algumas coisas que ela pede para que nós acreditemos são impossíveis. Exemplo: As árvores têm, em suas folhas, pequenas organelas que se abrem quando sentem muita água, para transpirar, e se fecham quando está muito seco. Além disso, temos que acreditar que a copa da árvore faz uma pressão para puxar água da raiz. Além disso tudo, temos que aceitar outras coisas absurdas do tipo: DENTRO DAQUELE TRONCO DURO, QUE LEVAMOS UM BOM TEMPO PARA CORTAR COM UM MACHADO, A ÁGUA CIRCULA TRANQUILAMENTE DA RAÍZ ATÉ A COPA.... TÁ DE BRINCADEIRA, NÉ?!
• Teorias de surgimento da vida são um pouco frustrantes. Acreditar que algumas proteínas surgiram de compostos inorgânicos (sem qualquer vestígio de vida) uniram-se com água, formando grandes proteínas, e começaram a COMER outras proteínas, ficando cada vez maiores até formarem os primeiros seres unicelulares... isso é um pouco absurdo para mim. Fico imaginando se, ao pingar uma gota de caldo de feijão (rico em proteínas), em alguns anos aquilo viraria um novo tipo de vida... A Biologia se esqueceu de alguns fatores simples, como O SOL! O sol vai secar a água, e essa proteína vai desnaturar. Mas, o que é uma simples estrela quando temos todos os Vírus Indefesos para proteger.
• Sei que essa parte do veneno aplicado à Biologia ficou um pouco chata, mas é que é meio tenso zoar uma matéria que estuda a vida. Essa é a dificuldade de contrariar e de provar essas matérias (Física, Química e Biologia): elas são variáveis. Já a Matemática não, ela é insuportavelmente exata.

Biologia e eu

Biologia é uma matéria simpática. É raro alguém odiar essa ciência, embora seja raro também alguém que não seguirá carreira de biológicas amá-la. Sou uma exceção, pois farei Letras, mas adoro estudar Biologia.
O Meu histórico com a Biologia começa cedo, com aquilo que seria o protótipo da Biologia: Ciências e Saúde. No Ensino Fundamental, a professora Fátima (minha professora da primeira, segunda e quarta séries) sempre nos ensinava algo de ciências. Essa matéria nunca foi levada muito a sério, já que os alunos se preocupavam mesmo com Português e Matemática. Porém, foi no Ensino Fundamental I que aprendi como estava organizado o sistema solar, como era a Terra, a importância do Sol... enfim, era a ponta do iceberg.
Depois, no Ensino Fundamental II, na outra escola, o ensino foi um pouco conturbado. Quem me ensinava Ciências na quinta série era o Professor Nelson (formado em Letras). Embora não tivesse formação, foi meu melhor professor de Ciências até a oitava série. Me ensinou muitas coisas mesmo... eu adorava suas aulas. Depois, na sexta série, ele saiu da escola, e a Melissa entrou em seu lugar. O interessante é que ela dava aulas de História e Ciências (era formada em Pedagogia). Sinceramente, não gostava de suas aulas... não passavam de leituras do livro. Mas, não posso negar que aprendi algumas coisas básicas, como as divisões dos animais em filos. Na Sétima série, ela saiu (acho que saiu sim... de qualquer maneira, não me dava mais aulas) e a Ariana entrou. Essa era estagiária de Biologia, e era quase boa na sua parte. O Problema é que, com o passar do tempo, ela começou a dar aulas de Matemática também, e aí tudo se misturou e não aprendi mais nada. Tinha ainda o professor Victor (acho que era Victor... só me lembro mesmo do seu apelido “frango”), que dava aulas de matemática no começo do ano, mas conhecia muito de Biologia. Com ele, tive o primeiro contato com a Genética. Na oitava série, ciências foi dividida em Química e Física... não me lembro se também tínhamos aulas de Biologia... de qualquer maneira, se tive não aprendi nada.
No Primeiro ano, no outro colégio, tive aulas com o professor Austher, que era muito bom em boiologia. Na época, ele conseguiu me converter... eu queria fazer história e ele me fez ver como Biologia era legal. Logo, mudei-me para a área de biológicas até conhecer bem a Literatura. Ele me ensinou boa parte das coisas que sei até hoje de Biologia. Tudo que ele ensinava eu aprendia sem problemas. Havia apenas duas exceções: Bioenergética e transcrição/tradução do DNA. Fora isso, consegui aprender tudo o que ele me ensinou. Ele se fingia de gay, e dizia que tinha um caso com o professor de química, o Jajah (que confirmava a história). O mais engraçado é que essas brincadeiras eram subversivas, já que estávamos em um colégio católico. Todas eram feitas fora dos olhos da coordenação.
Me lembro de uma aula do Austher em que ele fez alguns arredondamentos nas notas (o que era comum no colégio). Esses arredondamentos eram engraçados... quem tinha 2 ia pra 5; quem tinha 4 e não se comportava ficava com 4,5 pra fazer a recuperação... enfim, era bem justo. Me lembro que a Pitty, minha amiga, estava precisando de nota e ele deu. Uma outra menina, a Gabriela B. não entendeu o porquê dela não ganhar a nota que precisava pra não ficar para recuperação. Então, começou uma briga na sala, e o Austher se irritou, tirando todos os pontos que ele tinha dado. Quando a Gabriela se sentou, todos pegaram as suas carteiras e levaram para o outro lado da sala, isolando-a completamente. Foi muito engraçado, embora desnecessário.
No começo do terceiro ano, tinha aulas com a Paula nos três setores. Ela era um barato... falava muuuuito rápido sem tomar fôlego. Não sei como aguentava. Ela manjava muito de biologia... era absurda a quantidade de informações que ela conseguia guardar. Além de ter feito Biologia, ela cursou três anos de Medicina (acho que foram três), então conhecia mais que o normal pra um professor de Biologia. Me lembro de um dia que ela levou um barbeiro e um marca-passo em uma placa para nós vermos. As suas aulas eram bem legais. Em maio, fui para a outra sala, onde ela só dava as frentes 1 (citologia e genética) e 3 (ecologia e botânica). O Levi ensinava a frente 2. ele era legal, mas seguia um outro estilo de aula... as aulas dele não eram voltadas para o conhecimento biológico em suas últimas proporções (que eu adoro), mas sim para tirarmos uma boa nota no vestibular. No começo, eu não gostava de suas aulas. Depois, me adaptei e comecei a gostar. Certa vez alguém disse que ele se parecia com um gnomo, só faltava por um gorro e uma roupa verde... ri muito, pois é a mais pura verdade. Enfim, esse foi o meu histórico nem tão breve assim com a Biologia.

domingo, 19 de setembro de 2010

A química e o meu veneno em doses homeopáticas

Meu veneno atacando a indefesa química:

• A química é a matéria que melhor representa o sistema capitalista: Quanto mais elétrons você tem na última camada, mais você pega dos outros para ficar com o máximo possível. Os que tem menos elétrons, perdem os poucos que têm, ou são obrigados a empresta-los aos mais fortes. Já o pobre hidrogênio, que só tem um elétron, não tem nem mesmo uma família para protege-lo. Welcome to the jungle.
• Os químicos, quando vão dar nome aos compostos, gostam de brincar de duplo-sentido, criando nomes do tipo “metanal”. Porém, o nome que eles mais usam como exemplo de pornoquímica é o 1-meteno-2- benzeno, o que é um composto IMPOSSÍVEL. Por favor, tentem citar um exemplo real da próxima vez... caso contrário, troquem uma idéia com nosso amigo Gauss, que inventou a raiz quadrada de menos um.
• Os químicos acham que todos nós vivemos num deserto, em busca de um gole d’água. Em todas as reações que eles criam, a primeira coisa que nos dizem é: “tentem formar água”... POR QUE ÁGUA? Eu quero formar algo melhor, tipo... sonho de valsa. (foi péssima, eu sei)
• Químicos gostam de coisas que remetem aos órgãos exclusivamente masculinos... por exemplo, sempre que vão representar um elétron, fazem uma bola. Quando vão representar dois elétrons unidos (duas bolas juntas) fazem um pau entre os átomos. O que seria isso? Freud explica de uma maneira que talvez não agrade a muitos...
• Geometria Molecular: a ligação de dois átomos pode formar uma linha ou ainda um ângulo que seja diferente de 180º, já que sempre forma um tetraedro... What the Porra é essa?
• Cantiga fantasmagórica da química: “Um s 2, dois s 2, dois p 6, três s 2 ...” para poder decorar o diagrama de Linnus Paulling (acho que escrevi errado) que diz onde o átomo está na tabela periódica. Todo aluno decora isso, mas não para pra pensar numa coisa: por que s, p, d,f ? Qual foi a brilhante dedução de Paulling pra escrever isso?
• A Química tem uma lei fundamental: REGRA DO STAPARA: Isso sta para isso assim como aquilo stapara aquilo. Também chamamos de regra de três. Basta aprender isso, e você pode tornar-se um excelente químico.
• Me esqueci de outra regra importante na química: Tantufaz – “Professor, começo pelos reagentes ou pelos produtos?” Tantufaz.
• As duas piadinhas que coloquei aí foram do Rogério... ele conta isso nas aulas com tristeza.
• Os químicos são matemáticos frustrados. Para negar isso, o que fazem? Ao invés de utilizarem o sinal de igual, colocam uma setinha em algo que eles chamam de... equação. Não seria mais fácil chamar de outro nome?

Química na minha vida...

Meu histórico com a química começou na oitava série. Eu sonhava com aulas de química... achava que viraria um gênio, assim como com aulas de física. Porém, o que ocorreu é que tive aulas com um engenheiro mecânico formado numa faculdade de esquina que não dominava a química. Para ele, tudo se resumia a nos mandar decorar que um átomo (eu não sabia o que era) dava elétrons (tampouco) a outro através de ligações. Eu e outros membros da minha sala forçamos a barra com ele e com a direção. Juntando a perturbação com a falta de pagamento que era comum na escola onde eu estudava, ele se demitiu. No lugar dele, entrou uma bióloga que dava aulas de biologia para o Médio e de química para nós... Ela era completamente louca. Eu gostava dela no começo, mas depois começou a falar sobre temas que não tinham nada a ver com a matéria. Enfim, fiquei um zero a esquerda em química.
No Ensino Médio, mudei de escola e passei a ter aulas com o Jackson (Jajah, como chamávamos.) Ele até hoje é um amigo meu, muito gente boa e explicava muito bem. Porém, no começo do primeiro ano, eu entrei em choque, pois ele falava de átomos, moléculas, substâncias, misturas, como se fosse a coisa mais natural do mundo (porque é ) e eu não entendia NADA. Depois de um tempo, comecei a perguntar as coisas pra ele, e ele conseguiu a proeza de me fazer entender química. Ele e o professor de Biologia (Austher) fingiam que eram gays e tinham um caso. Imaginem isso num colégio católico. Era muito engraçado. Sinto falta das brincadeiras com eles. Me lembro que tinha um menino na classe (Dudu) que sempre desafiava o Jacson pra lutas... O Dudu apanhou durante TODO O SEGUNDO ANO, mas ganhou do Jacson na última luta... foi muito engraçado. Falando no Jacson, ele vai ser pai! O filho dele (Rafael) vai nascer nesse mês, se não me engano... não, não me engano, será nesse mês mesmo.
O Jacson é que me ensinou algumas coisas fundamentais da química que uso até hoje, como estequiometria, lei de Hess (eu adoro essa lei, embora seja muito esforço para nada.... é matar borboleta com bazuca), termoquímica em geral, propriedades periódicas, enfim, muitas coisas.
No terceiro ano, mudei de escola. Nessa nova escola havia três professores de química: O Sérgio, de química inorgânica I; o Zé, de química inorgânica II; e o PH, de química orgânica. O Sérgio é tranquilo, parado... muitas pessoas da classe não gostam do jeito dele de explicar, mas eu conseguia entender a matéria quando ia falar com ele fora da sala. O Zé é bem engraçado... ele tem uma mania que me irritava no começo do ano, de ficar dizendo “ta bom?” toda hora. Mas é um excelente professor, sempre fazendo tudo passo a passo para que todos conseguissem entender. O PH é um caso diferente... eu nunca gostei do jeito dele de ensinar. Ele valoriza muito a nomenclatura dos compostos, e deixa a aplicabilidade de lado. É muito metódico e usa um tom de voz que dá sono. Eu não gostava das aulas dele.
Depois que mudei de turma, passei a ter aulas com a Sônia (química in. I e orgânica) e com o Rogério (inorgânica II). A Sônia é engenheira naval, se não me engano. É excelente, sempre valorizando a aplicação da matéria dela, nos ensinando como as reações ocorrem de fato e como nós as fazemos no papel. Com ela aprendi muitas coisas. É excelente mesmo. O Rogério é um professor excêntrico... é poeta, gosta de tênis, odeia futebol, e tem certos problemas com celulares que tocam durante as aulas. É muito bom professor também... Sempre passa a matéria com calma e consegue estar sempre em dia com o conteúdo... é bizarro! Ele me deu um livro de história da química chamado “da Alquimia À Química”, de Ana M. Alfonso Goldfarb. Ainda não li esse livro. Quando ler, escreverei um texto para esse blog sobre história da química. Esse é meu histórico com a química até aqui...

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Parquinho... época legal.

Hoje resolvi fazer diferente, e contar algumas pérolas que aconteceram durante esses anos que frequentei várias escolas. Na realidade, não são só pérolas, são casos que, interessantes ou não, me marcaram.
Durante a pré-escola, lembro-me de algumas pequenas histórias, mas minha memória não ajuda muito. Uma menina, a Gabriela (perdi o contato com ela... lembro que a chamava de Gabriela-que-conta-mentira), era mestre em nos deixar desesperados. Ela era dois anos mais velha, e era algo similar a um oráculo no parquinho. Lembro que uma vez eu toquei numa planta, e ela veio correndo para mim, dizendo que eu morreria por causa daquilo. Eu ia parar de respirar, e morrer com galhos de árvore saindo da minha boca (WTF?). O pior é que eu acreditei, e fiquei desesperado. Passei toda a tarde (uma eternidade) preocupado, sentindo faltas de ar (êêê Psicológico...) e pensando que morreria. Em casa, contei para os meus pais, e eles me explicaram que era mentira.
Além dessa menina, havia o Pedro Henrique, que era o valentão do parquinho. Todos tínhamos medo dele. Além de ser pseudo-forte (na verdade, ele não tinha medo de apanhar), era filho da dona da escola. No meio do recreio, ele resolvia que todos deveriam sair do castelinho da escola para ele subir e ser imperador, porque a mãe dele tinha comprado aquilo. Esse sim conhecia o sentido de Capitalismo.
Me lembro, ainda nessa época, de uma final de campeonato mundial de futebol, entre Vasco da Gama (meu time na época, embora seja paulista) e Real Madrid. Era no horário de aula, e meu pai foi pedir para me deixarem assistir ao jogo. Não me lembro o resultado, só sei que o Vasco perdeu e eu fiquei frustrado por isso. A parte legal é que quando eu saí da sala de tv, todas as crianças vieram me perguntar como tinha sido o jogo (embora ninguém soubesse o que era futebol de verdade). Naquele dia, eu me comportei como um pajé, que conhece toda a verdade... e o pior é que, para a idade, conhecia mesmo. xD
Várias outras histórias menos marcantes ocorreram lá... uma professora roubava meu lanche, nós brincávamos de bicho com o mais bobo da turma (fazíamos reflexo com o relógio na parede, e ele ficava pulando para tentar alcançar), assustávamos as meninas na casinha, ficávamos com muuuito medo de todas as histórias da Gabriela-que-conta-mentira, éramos gênios da língua portuguesa, sabendo todas as famílias das sílabas (tatu, bola, cachorro...); eu era palmeirense (sinto falta da época em que Paulo Nunes e Oséas jogavam juntos no Palestra... 1998, se não me engano); eu vi o Patati e o Patata; eu nunca dormia no horário da soneca, só para ouvir as histórias que as tias contavam (embora não entendesse nenhuma delas).
Ah... o parquinho foi bom! A minha maior frustração na época foi com a Tia Simone, que eu não suportava. Ela era má... me lembro de uma vez que ela puxou o cabelo de uma menina, gritando com ela como uma louca. Mas, o parquinho foi bom. Tudo isso, que antes me assustava (ou não), hoje me faz rir. Me lembro da cozinheira, embora não consiga lembrar de seu nome, que cheirava a cigarro e era muito legal. A filha dela também trabalhava lá, mas não me marcou muito. Tinha uma bebê, Bia, que eu tomava conta. Ela era legal... me lembro que gostava de ficar balançando o carrinho dela em vez de ficar sentado fazendo coisas sem-graça.A primeira palavra que ela aprendeu a falar foi "Caio".
O ensino no parquinho era muito bom... saí de lá totalmente alfabetizado e fazendo continhas bem simples (1+1; 2+2). Mas tinha algo que eu odiava: LIÇÃO DE FÉRIAS! Isso foi feito só para infernizar a vida dos alunos. Eu sempre queria fazer tudo rápido pra não ter mais que fazer aquilo.
Quase me esqueci de um acontecimento: As abelhas atacando a escola. Na frente da escola, havia uma árvore sob a qual todos brincávamos. Um dia, uma menina gritou e saiu correndo. Ela salvou, heroicamente, a vida de sua Barbie, mas esqueceu de nos avisar que havia um enxame de abelhas nessa árvore. Quando vimos, corremos para dentro aos gritos, e as tias vieram nos salvar... os bombeiros foram chamados e tiraram as abelhas de lá. Durante um bom tempo, ninguém mais brincava de superman, batman ou zorro, mas sim de ser um bombeiro.
Essa época foi legal... bem divertida, tirando o fracasso brasileiro na Copa de 1998.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Física e o meu veneno

Meu veneno aplicado à física:

• Eletromagnetismo: Não entendo a tal regra da mão esquerda, na qual você faz uma arma com seus dedos indicador e polegar, e faz o dedo médio formar um ângulo de noventa graus em relação ao indicador. A Força Magnética é simbolizada pelo polegar, e é a resultante do campo magnético (indicador) pela velocidade (dedo médio). O que não compreendo é: como a resultante de dois vetores contidos em um plano pode pertencer a um outro plano? Isso não faz sentido... é tão absurdo quanto dizer que 2+c= bee gees.
• Quantidade de movimento é o conceito físico que foi batizado da maneira mais ignorante possível. O correto seria chamar de quantidade de inércia, ou seja, o quão difícil é mover um corpo quando esse está parado, ou pará-lo quando ele está se movendo. Não entendo a dificuldade dos físicos em dar nome às leis.
• O emprego de físico é o que todos os brasileiros sonham: fiscal da natureza. Ele observa o movimento dos planetas, as trajetórias das formigas, a resistência do ar num pára-quedista. Porém, ele nunca vai a outro planeta, nunca segue uma trajetória, nem tem coragem de pular de pára-quedas. (Foi mal, acho q peguei pesado).
• Problema típico de dilatação volumétrica: “Uma dona de casa colocou um líquido (eles nunca escrevem leite) para ferver. Após iniciar a ebulição, a panela dilatou 300 ml. Levando em consideração os dados abaixo ( vários coeficientes e afins), e sabendo que um litro de leite custa 2 reais, dê o prejuízo que a dona de casa teve.” Convenhamos que era mais fácil desligar o fogo na hora certa, né? Afinal, não adianta calcular o leite derramado (entenderam o trocadilho?).
• Essa eu vi num Stand-Up do Leandro Hassum, e achei muito boa: “um corpo de massa 70kg é atirado da janela de um prédio, há 60 metros de altura do solo. Qual o trabalho realizado pelo corpo? Gritar??? Isso é um homicídio, chamem a polícia!” Se o corpo fosse mais leve, até me atreveria a dar nome e sobrenome ao corpo, e dizer que era uma menina bem nova.
• Problema clássico de termometria: Uma família foi viajar para os EUA, onde se usa a escala Farenheint. A mãe, super-protetora, achou que seu filho estava com febre, e mediu sua temperatura com um termômetro comprado às pressas numa farmácia. Nele, marcou-se XºF. Isso equivale a quantos graus celsius?” Convenhamos que, se a mãe é super-protetora, ela teria levado o termômetro no qual ela confiava, não?
• Ondas: Cantiga fantasmagórica de ondas: “ondas não transportam matéria”. Se isso é verdade, porque várias pessoas já foram derrubadas por ondas nas praias. Os físicos respondem: “Mas aí não são ondas, e sim correntezas. As ondas das quais falamos são as marolas”. Se vocês falam das marolas, por que não chamam de marolas, e não ondas?!
• Peso: Os físicos dizem que o que medimos em kg é nossa massa. Nosso peso é a força que nos prende à Terra. A unidade de medida é o Newton. Sempre que alguém diz “eu peso X newtons” é inevitável que eu imagine essa pessoa num prato de balança e X Isaacs Newtons no outro prato. Ou, então, penso nessa pessoa pegando X Isaacs Newtons e colocando sobre uma balança de farmácia. É tosco, eu sei, mas é no que penso.